quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

"Estou a ver-me...

Nos 30 e ainda na casa da minha mãe". Ouvi esta afirmação, acompanhada de um desânimo tal que não podia deixar de vos falar disto.
A R. ligou-me no passado domingo e entre vai e não vai, contou-me que tinha voltado ao mesmo, estava desempregada outra vez. Eu e a R. estudámos juntas na faculdade, tirámos o mesmo curso e durante três anos partilhámos sonhos e ambições. Quase seis anos depois a R. continua sem trabalho, já fez estágios, já trabalhou em rádio, em marketing, até já fez voluntariado mas a estabilidade que ela ambicionava está até hoje pendente. É uma miúda inteligente, divertida, culta e bastante criativa.
Com o desabafo dela lembrei-me logo da quantidade de amigos meus que estão na mesma situação. Todos eles entre os 27 e os 29. A situação é negra, desesperante, todos eles pensavam estar já em outro patamar. Eles falam-me em recibos verdes, em desemprego, em estágios não remunerados e eu fico sempre com aquele ar "Não sei que te diga". Depois destas conversas percebo que tive imensa sorte. Sim, é verdade que me esforcei muito para chegar até aqui, mas as pessoas à minha volta também se esforçam e muito. Por isso, acredito que a sorte acompanhou sempre o meu esforço.
E nestas altura fico sempre a pensar que me esqueço imensas vezes da sorte que tenho, que me queixo mais do que devia e que muitos dos meus colegas queriam
estar agora na minha situação. Confesso que não tenho tudo, mas ainda que não trabalhando na área, ganhei a minha estabilidade quer financeira quer profissional e isso, na realidade, já é uma grande vitória.

2 comentários:

  1. Ter trabalho e com isso a tão importante independência financeira é muitooooo importante.

    Beijinho Miúda Limão.

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  2. Verdade AC...ter isso é meio caminho andado 😊. Bjinhos AC

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